ESTEIRA NO CANDOMBLÉ
Esteira, decisa, eni, enin, adicisa, são nomes pertinentes à peça de artesanato, feita de vários materiais: taboa (planta), sisal, palha, etc., muito usada no nordeste do Brasil e em terreiros afro-brasileiros.
Objeto sagrado, muito importante para o povo do Candomblé, fazendo parte de quase todos os rituais como: mesa de oferendas e comidas ritualísticas dos iniciados ou não, mesa de ebós e comidas de Orixás, amparo durante os paós dos iniciados, suporte para ervas durante a sassanha (sasayn), cama do yaô - onde por debaixo dela são feitos os awôs (segredos) da feitura; mesa - sendo base para comidas de ajeun do yaô; mesa e cama no ritual borí, etc.
POR QUE DORMIR NA ESTEIRA?
O Candomblé tem a crença de que os próprios Orixás viveram por algum tempo na Terra. Naquela época onde a humanidade ainda dava seus primeiros passos há milhares de anos, a vida era muito mais ligada a natureza e com menos conforto do que experimentamos hoje em dia.
Os iniciados que ainda estão de preceito, devem por estar com o Orixá próximo a eles durante esse período, imitar alguns dos costumes que os próprios Orixás tinham, quando em sua passagem terrena: dormir em esteiras, comer com as mãos e não se secar após o banho, entre outros.
O luxo de uma cama, um conforto melhor, deve ser deixado para trás, durante os rituais com Orixás, pois nascemos novamente, com as características dos nossos Orisás.
Dormir na esteira representa o retorno ao princípio da vida, o reencontro com a ancestralidade. Dormimos na esteira para ter contato com o elemento que nos deu a vida: A Terra!
Também porque precisamos esquecer a vaidade, as futilidades e os confortos modernos. Estamos renascendo e precisamos fazer isso de forma humilde.
Existe algumas considerações importantes sobre como manusear a esteira, dentre elas cito algumas:
- Pessoas de Orisá masculino carregam a esteira apoiada sobre o ombro direito.
- Pessoas de Orisá feminino carregam a esteira debaixo do braço.